Confraria Fogaça da Feira
A origem da Festa das Fogaceiras
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A "Festa das Fogaceiras” apareceu-nos datada de 1505, altura em que o País foi fustigado por uma “epidemia brava e cruel”, a peste. Então os Condes do Castelo e da Feira, ramo nobre criado em 14 de Janeiro de 1452, apelaram ao Mártir S. Sebastião para que acabasse com o morticínio dos Feirenses, prome¬tendo-lhes a realização de uma festa anual, onde o “voto” seria a “fogaça”!
Até 1700 - data em que o Condado do Castelo e da Feira se extinguiu por falta de descendência, passando os seus domínios para a “Casa do Infantado” - a “Festa das Fogaceiras” foi promovida pelos senhores das Terras de Santa Maria da Feira, habitantes do paço intra-muros do Castelo.
Daí, e durante quatro anos, a festa foi suspensa, reatando-se a tradição de seguida, e até 1749, por iniciativa das famílias mais abastadas do Concelho. Verificou-se entretanto novo surto de peste e em 1753, por Alvará de 30 de Julho, o Infante D. Pedro, irmão de D. João V, determinou à Câmara Municipal que assumisse definitivamente a realização da “Festa das Fogaceiras”, para o que dispenderia 30.000 réis!
Esta determinação foi justificada com a vontade do povo e a existência “imemorial” do voto.
Por isso, o voto foi cumprido pela Câmara Municipal até 1910, altura em que, invocando-se a separação entre a Igreja e o Estado, a festa passou a ser realizada por autoridades civis, a título indivídual, e pela Santa Casa da Misericórdia.
No dia 15 de Julho de 1939, a Câmara Municipal deliberou retomar a responsabilidade de realização da festa, decisão que se mantém agora como atribuição assumida pelo poder autárquico concelhio.
As “fogaças do voto” foram inicialmente distribuídas pela população em geral, depois pelos pobres, mais tarde pelos presos e pelas personalidades concelhias, em fatias chamadas “mandados” e hoje entregues à autoridade religiosa, política e militar regional que tem jurisdição sobre o Município de Santa Maria da Feira.